quinta-feira, 22 de março de 2012

Moda Sustentável


Quantas de nós não se debateram já nas lojas, qual filme americano, com o anjo de um lado e o demónio do outro, perante a peça mais fantástica de sempre?
Eu faço esse exercício todos os dias ou não trabalhasse eu com vista panorâmica para um dos maiores centros comerciais da capital. Acho que tenho sido bem sucedida e nesse campo sinto-me uma verdadeira campeã olímpica!
Eu tento ser muito consciente nas compras que faço e ainda assim, chego ao ponto de olhar para o guarda-roupa e concluir que estão ali várias peças esquecidas que nesta estação ainda não vesti uma única vez! Um completo absurdo!
Porque hoje e cada vez mais as lojas apelam ao consumismo desmesurado e inconsciente, há que criar mecanismos de defesa, ou melhor, de consciencialização.
Não é uma questão de poder económico, essa é uma visão redutora e embrutecida de algo muito mais sério: o consumo por impulso.
Porque tudo o que é em exagero não é saudável, muitas vezes deixamo-nos dominar e ludibriar por campanhas obsoletas de marketing, que actuam ao nível do inconsciente, fazendo-nos acreditar que seremos mais felizes se comprarmos determinado artigo. Não raras vezes, esta compra vem compensar vazios afectivos, problemas por resolver ou até um dia mau.
Atenção, sem falsos moralismos ou modéstias, não estou a apontar o dedo a ninguém.
Quem é que não gosta de ir às compras, daquela sensação da novidade, de sentir a alma revigorar e o espírito elevar quando vestimos algo novo?!
Eu não sou diferente de ninguém. Mas o meu interior inquieto, introspectivo e crítico, não me permite assistir a este fenómeno social sem questionar.
No fundo e com maior incidência para as gerações mais novas, julgo que seria extremamente importante uma educação para o consumo. Não só visando o consumo sustentável tendo em vista o meio ambiente, mas acima de tudo e com maior incidência, visando um consumo responsável.
Isso seria fundamental na criação e solidificação das personalidades e carácteres das gerações vindouras.
Porque sou mãe e sei o que não quero para o meu filho.


5 comentários:

  1. Nem mais... isto também me faz pensar muito!!! Também sou mãe e também me faz questionar muito o que quero ou não para a minha filha!

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  2. Uau. Adorei o que escreveste. Tens toda a razão. Também não quero um futuro assim para os que aí vêm.!

    http://maniac4moda.blogspot.pt/

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  3. concordo! Foi por isso que me meti neste desafio! Para provar que passo muito bem sem coisas novas. As marcas bombardeiam-nos com as novidades, por e-mail, por telemóvel e querem fazer acreditar que o que usámos o ano passado está completamente out, mas não tem de ser assim!

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  4. Olá Sofia.
    Não podia concordar mais com o seu texto. Podemos gostar de moda, estar atentos a novas colecções, gostar de ver looks novos etc... E mesmo assim não sermos consumistas. Eu publico artigos de moda no blog e por isso não tenho de ser consumista... Mas ver looks e tendências pode nos ajudar a ser criativos com o que temos. Eu tenho feito isso. E porque não aproveitar por reciclar peças mais antigas que renovadas ficam como novas... O importante é tomar consciência de que o consumismo exagerado não traz felicidade... Parabéns pelo texto.
    Beijinhos grandes.

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