quinta-feira, 24 de maio de 2012

Eu e a Moda: Parte 3


Mais do que a paixão pela estética, esta forma de estar em comunhão com o belo e com o sublime, não deixou espaço para dúvidas quanto ao caminho a seguir e foi assim que me inscrevi em Artes. Foram três anos de uma aprendizagem e descoberta de mim mesma e do mundo que nunca mais encontrei no ensino. Foram três anos em que me encontrei. Foram três anos em que me descobri. Foram três anos que me mudaram para sempre.
No entanto e apesar de ter ido contra a minha verdade e a minha essência, quando chegou a altura de me candidatar ao ensino superior, optei por uma segunda paixão, a escrita criativa que tive oportunidade de pôr em prática através do curso de Comunicação Social.
Foi uma decisão muito difícil, muito ponderada, uma espécie de amputação de que ainda hoje padeço, mas uma decisão racional e consciente. Por mais que me custe admiti-lo e demorei muito tempo a aceitá-lo, em Portugal (salvo raríssimas excepções) não se vive de Arte. Ponto.
Hoje em dia sou uma pessoa que convive bem com as decisões que tomou e sinto-me uma privilegiada por ter tido oportunidade de contactar com mundos tão ricos e generosos. Foi um mergulho ao interior do ser humano que me permite ter um olhar mais amplo sobre a vida.
Paralelamente a este meu percurso, a Moda nunca me abandonou. Os anos noventa foram os anos de ouro da moda em que se deu a explosão das Top Models. Foi uma década intensa em que as manequins atingiram um estatuto nunca antes visto e em que a moda se democratizou. Eu via e lia tudo o que estava relacionado com este mundo o que me permitiu ter uma maior abertura quanto ao meu aspecto exterior e às roupas que vestia. Foi uma época de experimentação e de descoberta, quase uma espécie de revelação!
Ainda tentei a sorte como manequim através dos concursos (Elite Model LooK) da época onde cheguei às 50 finalistas juntamente com a agora actriz Andreia Dinis. Fomos ambas eliminadas na ultima fase... Depois ainda fiz alguns trabalhos em publicidade, um deles com a Maria João Bastos para a Optimus, mas a verdade é que não me adaptei à imprevisibilidade e instabilidade deste mundo, sem horários nem regras, demasiado desorganizado para a minha mente assertiva.

Continua...

2 comentários:

  1. Pois nem toda a gente gosta desse mundo depois de o ver por dentro, por fora parece muito apelativo mas nem sempre é assim.

    Hoje em dia não se vive de arte é certo, mas tbm quase não se vive de cursos de comunicação falo por experiência própria ;-) as coisas estão difíceis, mas fizeste uma boa escolha.

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